Oficina de Saberes e Fazeres

“Afagar a terra, conhecer os desejos da terra, cio da terra, a propícia estação. E fecundar o chão.”

 

A partilha de saberes é nosso jeito de manter vivas as tradições. Ensinamentos que nos atravessam e que nos permitiram construir nossas casas, cultivar nosso alimento, sanar corpos e espíritos, em diálogo com a natureza. Nesta série de mini-documentários convidamos o público a ouvir mestres e mestras que são, para nós, referências desses ensinamentos

Confira a programação

Adobe

06 de junho, 17h.

Fazendo uso de uma técnica milenar de manejo da terra para construção, Betinha Costa demonstra a prática da arquitetura social, sua relação com a terra e o conhecimento tradicional. 

Telha

06 de junho, 17h.

As telhas artesanais eram comuns na região e foram pouco a pouco substituídas por industrializadas. Feitas do barro colhido ali, quando produzidas com conhecimento e paciência, podem durar mais de 40 anos, como nos conta Seu Antônio, que nos mostra essa tradição secular e pela qual tem tanto orgulho.

Construção de forno de barro

07 de junho, 10h.

Nesta oficina Betinha Costa partilha a sabedoria da construção de um forno a partir do que a terra dá. O forno de barro é parte fundamental da cultura alimentar do Vale do Jequitinhonha, é o coração da cozinha das quitandeiras.

Banco de couro

07 de junho, 10h.

Com uma estrutura de madeira e tiras trançadas de couro, José Neto, da Comunidade Gravatá de Chapada do Norte, nos mostra que para o artesão a beleza é indissociável dos objetos do cotidiano.

Tradição do arroz com pequi

08 de junho, 11h.


A tradição do arroz com pequi remonta ao tempo em que este prato era a principal fonte da alimentação no Macuco. Feito do arroz cultivado pela comunidade e de um fruto símbolo do cerrado, é espelho da resistência de ambos. Nesta oficina Juscilene Alves Costa Soier (Leninha Costa) nos conta os segredos que fazem do arroz com pequi uma das principais referências da culinária quilombola


Doces

09 de junho, 10h.

Ela tem, entre diversos saberes, o dom da alquimia dos doces. Planta o amendoim que, torradinho na lenha, vai virar pé de moleque feito com rapadura. Prepara outra iguaria: o doce de mamão (ralado fininho no ralador de lata perfurada com um prego), que leva leite, açúcar, cravo e aquele olhar atento para achar o ponto. E, pelas mãos desta doceira de mão cheia, a abóbora, colhida no quintal e delicadamente cozida com leite e açúcar, também vira um doce delicioso. Mais doce do que isso, só mesmo a doçura que tem Irene Fernandes, nossa convidada para esta Oficina de Saberes que está de dar água na boca!

Tapete Fazeres

Tapete de Fitas

09 de junho, 10h.


Na comunidade Macuco uma coisa não é mistério: quase tudo pode ser reaproveitado, do saco de ração a retalhos miúdos de tecido.  Materiais simples que nas mãos de Maria se transformam em um lindo tapete colorido (sempre único!) para receber com gosto o visitante. 





quitandas

Quitandas Quilombolas

09 de junho, 17h.

Polvilho, ovo, sal, óleo, erva doce “pra ficar mais gostoso…”. Usando o saquinho de um ingrediente da cozinha como bico, as quitandeiras fazem os desenhos na forma moldando cada biscoito, uma das quitandas mais tradicionais do Jequitinhonha.  E “tem na comunidade as pessoas certas que fazem o bolo”, como nos conta Leninha, uma das quitandeiras do Macuco, conhecedora do Bolo de travesseiro, um delicioso bolinho de fubá assado em folha de bananeira. A tradição é antiga, passada de geração em geração e valorizada como uma das receitas mais antigas da comunidade. É com essa importância que Cula (Herculana Matos Ferreira) e Fifia (Eliane Matos Soares) compartilham conosco a arte de preparar as quitandas na comunidade do Macuco.

Construção de Tambor

10 de junho, 10h.


Tambor tem ciência, fundamento e paciência. João Gualberto, artesão de Chapada do Norte, nos mostrará as etapas de fabricação dos tambores presentes nos festejos de Nossa Senhora do Rosário da região.


Sacola de Palha

11 de junho, 17h

A escolha da palha certa, umedecê-la para a dança dos dedos, o auxílio do prego para firmar,a estrutura de madeira para dar forma. Até o sabugo de milho é aproveitado para fazer o botão. Cascas e terra colorem as delicadas (mas resistentes!) sacolas. Com respeito à natureza, criatividade e as mãos habilidosas, Aneli Pereira de Fátima, da comunidade Faceira em Chapada do Norte, compartilha conosco a arte de fazer as sacolas de palha.

Capoeira

12 de junho, 10h.

O contramestre de capoeira Zé Maria compartilhou conosco sua trajetória como aprendiz e também educador social. Também falou sobre o preconceito que enfrentou nos anos 90 até a aceitação da cidade sobre o valor que a capoeira tem. Uma narrativa forte, cheia de música e gesto, que nos convida a conhecer os fundamentos da capoeira e da relação que ela tem no desenvolvimento integral de crianças, jovens e adultos. Viva a pedagogia da ginga e da roda!